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Sexta-feira, 24 de março de 2017

Dejeto no pasto, ouro marrom na lavoura

Produtores apostam na fertirrigação para melhorar o solo, elevar a produtividade, reduzir os custos com adubo e atender a legislação ambiental

Os três imensos canhões, com alcance de lançamento de cerca de 500 metros, posicionados ao lado da lavoura, são sinais de que algo diferente acontece no cuidado com o solo da fazenda FrankAnna. Referência nacional na pecuária de leite, com produção na casa dos 27 mil litros por dia, a propriedade localizada em Carambeí, nos Campos Gerais, utiliza as gigantescas máquinas para a fertirrigação dos 720 hectares dedicados aos grãos. Os dejetos produzidos pelos 1,5 mil bovinos leiteiros, sendo 700 em lactação, e pelos 4,5 mil suínos, após o processo de compostagem, se transformam em “ouro marrom” nas plantações de soja, milho e feijão.

O sistema de manejo de dejetos para posterior uso na agricultura não é recente na FrankAnna. Em 2003, os proprietários da fazenda decidiram utilizar a fertirrigação como um implemento em parte das lavouras, associado à agricultura de precisão. O processo deu certo, e acabou estendido para toda a fazenda, resultando numa série de ganhos, tanto para o bolso dos donos como para a conservação do solo.

“Trabalhamos de forma integrada proporcionando que cada sistema da fazenda forneça subsídio para outro. É isso que ocorre com a fertirrigação, que além de ter todos os nutrientes, ainda é de graça”, explica Mário Sérgio Zoni, responsável pela parte de gestão e nutrição da FrankAnna. O “ouro marrom” proporciona doses de nitrogênio, fósforo, potássio e outros nutrientes, além de matéria orgânica ao solo.

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