Quarta-feira, 27 de junho de 2018

44ª Feira Estadual de Bezerros de Guarapuava reafirma qualidade

Há mais de quatro décadas, em meio às mais diferentes conjunturas econômicas do país, um evento se reafirma a cada ano como atração para pecuaristas do centro-sul e de outros rincões do Paraná.

A Feira Estadual de Bezerros de Guarapuava, a mais antiga do Estado, chegou, dia 6 de maio, a sua 44ª edição, mostrando que a força do evento está na determinação dos produtores que se dedicam à cria e à qualidade dos animais que trazem para a pista de remates do Recinto de Leilões Dário Silva Araújo, no Parque Lacerda Werneck.

Também desta vez, além de Guarapuava, a feira recebeu a presença de produtores vindos de outros municípios, como Pitanga, Candói, Laranjal, Boa Ventura de São Roque, Tibagi, Ubiratã e Goioxim.

Por volta das 16h, abrindo a programação, organizadores e lideranças da agropecuária convidadas homenagearam os proprietários dos lotes de bezerros (machos e fêmeas) que uma comissão técnica do evento considerou como os melhores em várias categorias.

Entregaram troféus o presidente da Cooperaliança, Edio Sander; o presidente da Sociedade Rural Guarapuava, Denílson Baitala; o vice presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Josef Pfann Filho; e o presidente do Núcleo de Produtores de Bezerros de Guarapuava, Cláudio Azevedo.

Na categoria animais machos, o troféu Melhor lote de bezerros foi para a Fazenda Três Palmeiras; Lote novilho precoce, para Rodolpho Tavares de Junqueira Botelho; Lote cruzamento industrial de bezerros, para a Família Caldas; e Lote padrão de bezerros, para Rodolpho Luiz Werneck Botelho. Na categoria bezerras, foram entregues os troféus Melhor lote para a Fazenda Três Palmeiras; Lote cruzamento industrial de bezerras, para a Família Caldas; e Lote padrão de bezerras e Lote bezerras reprodução, ambos para o criador Oswaldo Barbosa.

Durante toda a tarde teve lugar a comercialização, oferecendo animais de cruzas canchim, charolês, braford e angus – além de uma novidade: segundo o Núcleo de Produtores de Bezerros de Guarapuava, neste ano, mais de metade dos bezerros trazidos à pista de remates eram angus certificados. Após as vendas, de acordo com a Gralha Azul, nos lotes de machos, o peso médio por cabeça de ficou em 227 kg (R$ 6,59/arroba) e nos lotes de fêmeas, em 213 kg (R$ 4,94/arroba).

Presente ao evento, a REVISTA DO PRODUTOR RURAL conversou com participantes. O leiloeiro Max Tedy de Col Teixeira disse considerar que as vendas superaram as expectativas. “Um balanço altamente positivo, bem acima do esperado, tanto pela qualidade quanto pelos valores comercializados”, declarou.

Produtores ouvidos em entrevista relataram a mesma impressão positiva. Agropecuarista que, entre outras atividades, se dedica à engorda de bovinos de corte em sua propriedade, em Guarapuava, Joair Mendes Pereira Junior compareceu mais uma vez ao evento para ampliar seu plantel. “Adquiri novilhas para a recria e para a engorda: angus, mestiço angus e cruzamento industrial”, detalhou.

Entre as várias famílias presentes à feira, Marcelo Ferrarin e o filho Matheus, que realizam em Guarapuava recria com gado angus, vieram juntos para comercializar seus animais. Ambos se disseram satisfeitos com os preços alcançados. “Gado de muita qualidade. Foi uma média boa de valor”, avaliou Matheus. “Foi ótima, muito boa”, resumiu seu pai.   

Na comissão que escolheu os melhores lotes de bezerros, o veterinário Jefferson Martins disse ter visto na qualidade, dentro da porteira, um dos fatores que contribuiu para a comercialização vista na pista de remates. “A qualidade dos animais que são trazidos aqui para a Feira de Bezerros de Guarapuava, ano após ano, é indiscutível. Uma das coisas que ajudou, neste ano, foi que, dos animais apresentados nesta feira, 55% eram certificados angus, o que ajudou a alavancar os preços. Além, claro, da qualidade dos animais apresentados, não só da raça angus, como também das demais”, analisou.

O presidente do Núcleo de Produtores de Bezerros de Guarapuava avaliou o passado e o presente da Feira de Bezerros e da atividade de cria. Cláudio Azevedo recordou que a feira local foi a primeira do Paraná e considerou que o fato do evento, com maior ou menor número de animais, se manter até hoje em meio às flutuações da economia nacional, demonstra a viabilidade do segmento de cria: “Como atividade, analisando no médio prazo, dois, três, quatro anos, digo que é uma atividade extremamente recompensadora”. Mas fez uma ressalva, assinalando que a cria é um trabalho que exige do pecuarista lidar com uma complexidade maior do que na terminação: “Desde que você trabalhe com bons índices de desfrute dentro da propriedade, que consiga ter bons índices zootécnicos, para atingir uma lucratividade satisfatória”. Azevedo concluiu recomendando aos criadores prosseguir com a evolução alcançada até aqui: “As informações estão disponíveis. Cabe aos pecuaristas buscar estas informações, se atualizar, melhorar seus índices, para ter um resultado melhor e continuar na atividade, tendo bons lucros”.

A Feira Estadual de Bezerros de Guarapuava encerrou um circuito regional de feiras em cinco etapas, todas com comercialização também coordenada pela Gralha Azul. Realizadas em abril, as quatro primeiras fases ocorreram em Pinhão, Bituruna, Turvo e Candói. Em Guarapuava, o Sindicato Rural foi um dos apoiadores do evento.

 

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